quinta-feira, 29 de abril de 2010

Animais possuem mediunidade?

O que é um médium? É o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens: Espíritos encarnados. Sendo assim, é possível afirmar que os animais não podem ser médiuns de seres humanos. Vejamos o que disse o Espírito Erasto, um dos que colaboraram com Allan Kardec, na codificação da Doutrina Espírita:

“É certo que os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o terror súbito que eles denotam, sem que lhe percebais a causa, é determinado pela visão de um ou de muitos Espíritos, mal-intencionados com relação aos indivíduos presentes, ou com relação aos donos dos animais. Ainda com mais freqüência vedes cavalos que se negam a avançar ou a recuar, ou que empinam diante de um obstáculo imaginário. Pois bem! tende como certo que o obstáculo imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se comprazem em impedi-los de mover-se. Lembrai-vos da mula de Balaão que, vendo um anjo diante de si e temendo-lhe a, espada flamejante, se obstinava em não dar um passo. E que, antes de se manifestar visivelmente a Balaão, o anjo quisera tornar-se visível somente para o animal. Mas, repito, não mediunizamos diretamente nem os animais, nem a matéria inerte. É-nos sempre necessário o concurso consciente, ou inconsciente, de um médium humano, porque precisamos da união de fluidos similares, o que não achamos nem nos animais, nem na matéria bruta.” (in “O Livro dos Médiuns” – 1861)

No livro-entrevista “O Consolador“, psicografado por Chico Xavier, o Espírito Emmanuel asseverou:

“Os irracionais não possuem faculdades mediúnicas propriamente ditas. Contudo, têm percepções psíquicas embrionárias, condizentes ao seu estado evolutivo, através das quais podem indiciar as entidades deliberadamente perturbadoras, com fins inferiores, para estabelecer a perplexidade naqueles que os acompanham, em determinadas circunstâncias.” (Livro “O Consolador” – 1940).

Já o psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, pesquisador espírita que aponta a correlação entre a mediunidade e a glândula pineal, declarou em entrevista à Revista Espiritismo & Ciência, edição n° 03:

“A pineal, no que diz respeito à mediunidade, capta o campo eletromagnético, impregnado de informações, como se fosse um telefone celular. Mas tudo isso tem que ser interpretado em áreas cerebrais, como por exemplo, o córtex frontal. Um papagaio tem a pineal, mas não vai receber um espírito, porque ele não tem uma área no cérebro que lhe permita fazer um julgamento. A mediunidade está ligada a uma questão de senso-percepção. Então, a ela não basta a existência da glândula pineal, mas sim, todo o cone que vai até o córtex frontal, que é onde você faz a crítica daquilo que absorve. A mediunidade é uma função de senso (captar)-percepção (faz a crítica do que está acontecendo). Então, a mediunidade é uma função humana.”

Ou seja, não há negar que a alma dos animais possua sensibilidade para perceber a presença de alguns Espíritos – por exemplo, no filme “Ghost“, a personagem de Patrick Swayze consegue assustar um gato que fere um vilão da história. Isto porém não significa que os animais sejam médiuns, por não terem o nível mental – pré-requisito fundamental – para transmitir mediunicamente o que sente ou vê.

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