terça-feira, 27 de abril de 2010

secretário de Estado do Vaticano Diz:'Celibato não é intocável',

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, disse nesta segunda-feira que o celibato não é intocável, mas defendeu a prática entre os padres, informa a agência Europa Press. Em entrevista à imprensa, ele disse considerar a prática "uma tradição boa e fecunda" e argumentou que é justamente "a inobservância do celibato que traz graves riscos e tem consequências dolorosas, que causam muitos danos a todos". No início do mês, durante visita ao Chile, Bertone provocou polêmica ao declarar que "muitos psicólogos, muitos psiquiatras demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram que há relação entre homossexualidade e pedofilia" . O Vaticano tentou retificar ao destacar que o cardeal falava sobre os casos de pedofilia no clero.

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Não há uma relação direta entre o celibato e a conduta desviada de alguns sacerdotes
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Para o número dois do Vaticano, a multiplicação de escândalos de pedofilia na Igreja Católica não tem nenhum vínculo direto com o celibato imposto aos padres.

"Está mais que demonstrado que o celibato, observado fielmente, é um grande valor para a missão sacerdotal e para a ajuda do povo de Deus", afirmou. "É a inobservância do celibato que produz uma progressiva degradação da vida do sacerdote, que deixa de ser um exemplo, um guia espiritual para os demais".

'Ação judicial nos EUA contra o Papa é ilegítima', diz Vaticano
A Igreja Católica está no olho do furacão depois da revelação nos últimos anos de que muitos menores de idade sofreram abusos sexuais por parte de religiosos na Europa, América do Norte e América Latina, geralmente silenciados pela hierarquia católica. Os casos afetaram o Papa Bento XVI, acusado na Alemanha e Estados Unidos de ter acobertado os crimes. Agora, o Vaticano parece decidido a punir os religiosos, de acordo com uma política de tolerância zero, anunciada pelo Papa durante viagens aos Estados Unidos e Austrália, quando se reuniu com vítimas de abusos.

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A inobservância do celibato produz uma progressiva degradação da vida do sacerdote
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Em sua entrevista, Bertone destacou ainda a "transparência" da Igreja nos recentes casos de denúncias pedofilia e exaltou a "extraordinária" contribuição dada pelo Papa Bento XVI.

"Há uma espécie de ira contra os padres da Igreja Católica, mas há pedófilos em todas as categorias e em todas as religiões, todos os grupos sociais e em todas as administrações", acrescentou.

Reino Unido pede desculpas por documento ofensivo
O ministério britânico das Relações Exteriores pediu desculpas ao Vaticano pela publicação de um memorando que aconselharia o Papa a lançar a própria marca de preservativos e a abençoar o casamento gay durante a visita que fará ao país, em setembro. O documento, divulgado pelo jornal "Sunday Telegraph", recomendava ainda a Bento XVI abrir uma clínica para praticar abortos. O texto apresentava uma lista de propostas para que a visita do Sumo Pontífice, de 16 a 19 de setembro, fosse "ideal". Esta será a primeira visita oficial de um Papa ao Reino Unido, já que João Paulo II realizou apenas uma missão pastoral em 1982.


O memorando é acompanhado por uma nota que explica que as ideias foram apresentadas durante uma reunião de reflexão. O Foreign Office pediu desculpas ao Vaticano pelo texto, que qualificou de "estúpido", e informou que o funcionário responsável, um jovem, foi transferido para outro cargo.

"É um documento estúpido, que não representa de nenhum modo a posição do Foreign Office nem do governo britânico", afirmou um porta-voz.

O ministro das Relações Exteriores, David Miliband, se declarou "horrorizado" com o texto, e o embaixador britânico no Vaticano, Francis Campbell, se reuniu com várias autoridades da Santa Sé para afirmar que o governo britânico lamentava o memorando.

Fiéis abandonam a Igreja Católica na Alemanha
Na edição de domingo, o "Sunday Telegraph" afirmou que uma fonte do Vaticano alertou que a brincadeira poderia ter repercussões severas.

"É possível que a viagem possa ser cancelada, devido a essa grande ofensa", teria dito a fonte, cuja identidade não foi revelada. Na mesma reportagem, porém, o porta-voz do papa, Federico Lombardi, afirmou que não há motivos para "destruir as boas relações entre o governo britânico e o Vaticano".

Bento XVI cita associação de luta contra a pedofilia
Em meio à crise provocada por denúncias de negligência na apuração de crimes sexuais cometidos por padres, Bento XVI elogiou os membros de uma associação italiana de luta contra a pedofilia, fundada por um padre. Ele declarou que queria "agradecer e animá-los" a continuar realizando seu trabalho. Bento XVI lembrou que, no domingo, foi declarado na Itália o Dia Nacional das Vítimas de Pedofilia e afirmou que deseja "agradecer e estimular mais concretamente aqueles que se dedicaram à prevenção e à educação de padres, professores e monges".

Sem se referir diretamente à pedofilia, disse dirigir-se "em particular à Associação Meter, que se dedicou à luta contra a violência, a exploração e a indiferença sofrida pelas crianças". Vários membros dessa associação, criada há 14 anos por um padre siciliano, estavam na Praça São Pedro quando o papa fez as declarações - depois da celebração da missa de domingo - através de uma janela de seu apartamento, no Vaticano.

Na semana passada, o papa aceitou a renúncia de dois religiosos envolvidos em acusações de pedofilia que foram reveladas na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina. Os casos afetaram Bento XVI, acusado na Alemanha e nos Estados Unidos de ter acobertado os crimes. Agora, o Vaticano está decidido a punir os religiosos, de acordo com uma política de tolerância zero anunciada pelo papa durante as viagens aos Estados Unidos e à Austrália, nas quais se reuniu com vítimas de abusos.


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