Copa na África Só ricos podem assistir

Pra fooora! Enquanto a Seleção Brasileira de Futebol já está escalada para entrar em campo na Copa do Mundo da África do Sul, a torcida soteropolitana que alimenta o sonho de assistir aos jogos ali pertinho da grande área fica para escanteio e vai ter que se contentar em bater uma bola no campo de reservas aqui mesmo em Salvador. O custo mínimo de US$ 20 mil, para duas pessoas, para acompanhar as partidas por lá empurra a realização do sonho para o mundial de 2014 aqui.

Informações fornecidas pela maior agência de viagens do país, a CVC, dão conta de que até o momento apenas três pacotes duplos foram vendidos na capital baiana para o mundial que acontece no próximo mês. “Não é um pacote dos mais baratos e, por isso, a procura não tem sido grande.

Só adquire mesmo quem já esteve em outras Copas”, relata Jeisa Caxias, gerente da unidade da CVC do Shopping Paralela. A publicidade em frente à loja rendeu a venda dos três pacotes e, segundo a gerente, “apenas duas consultas sem efetivação de compra.”

Para o representante da agência na Bahia, Francisco Nascimento, outro agravante é a dificuldade para obter ingressos. “A demanda em outros estados é muito grande e os nossos fornecedores nem sempre dispõem de bilhetes para garantir o fechamento de pacotes. Precisamos insistir bastante para efetivar a venda”, conta.

O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens da Bahia (Abav-BA) Pedro Galvão, ratifica a dificuldade enfrentada pelo setor. “Não vamos conseguir chegar a um número definido de quantos pacotes de viagens foram fechados, pois os clientes efetuam as compras junto às próprias agências que, por sua vez, não passam informações, por questões mercadológicas. Mas reconhecemos que a busca é pequena em razão dos preços”, evidencia.

Ele aponta outro entrave: “Deixar tudo para a última hora também complica. O baiano decide tardiamente e, em se tratando de um evento desse porte, resolver todas as questões em tempo recorde é praticamente inviável. Além do mais, já existe um público cativo que participa de festas como essa”.