Depois de uma constatação feita através do Procon Natal este semana, o tomate e o feijão foram comprovadamente os vilões da cesta básica em abril. De acordo com o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), foram estes os principais produtos a puxarem a alta dos preços no mês passado fazendo com que Natal tivesse a maior variação positiva entre as 17 capitais pesquisadas pelo órgão.
Tomate continua sendo o principal vilão da cesta, seguido agora pelo feijão carioquinhaSegundo a pesquisa divulgada ontem pelo órgão, a cesta de alimentos comercializada na capital potiguar subiu 12,09%. Natal fica atrás apenas de Belo Horizonte (6,55%) e Recife (6,17%), seguindo a tendência de alta nacional. Apenas uma das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese registrou queda: Goiânia com 0,22% de retração.
Em Natal, o custo da cesta atingiu R$ 223,22 em abril. No primeiro quadrimestre do ano o aumento chega a 19,98% e em 12 meses atinge 16,4%.
Segundo o Dieese, a maior parte dos 12 produtos pesquisados ficou mais cara em abril. Porém, os principais destaques para o tomate – que subiu 57,53% - e o feijão carioquinha – com alta de 39,53%. Em menor proporção, também subiram leite integral (6,48%), carne bovina (5,64%), pão francês (3,64%) e a farinha (1,46%). Houve redução nos preços do café (6,92%), banana (2,21%), arroz (2,02%), óleo de soja (1,5%), açúcar (1,41%) e manteiga (0,62%).
O supervisor técnico do Dieese no RN, Melquisedec Moreira, lembra que o tomate já vinha pressionando a cesta nos últimos meses. “Não é um caso só de Natal. O tomate é um produto muito sensível às variações de clima. Com a diminuição da oferta, ele tende a ficar mais caro”.
Por ser uma questão sazonal, Moreira explica que não é possível prever quando os preços voltarão a cair, mas ele acredita que as chuvas podem ajudar a melhorar os preços. Outro fator que deve ajudar é a redução no consumo que se tornará gradativa devido à alta dos preços.
O feijão também é outro produto influenciado pelo clima. Embora não saiba precisar de onde vem a leguminosa consumida no estado, Melquisedec Moreira enfatiza que em alguns estados que são grandes produtores de feijão o excesso ou falta de chuvas têm feito as lavouras se perderem e a oferta do produto diminuir.
Família
Considerando uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto), o custo da cesta básica, para o sustento dessa mesma família durante um mês, conforme calculado pelo Dieese, foi de R$ 669,66 contra os R$ 597,42 no mês de março. O custo do mês de abril é equivalente a aproximadamente 1,31vezes o salário mínimo bruto de R$ 510.
Quando se considera o percentual do salário mínimo líquido (após o desconto da parcela correspondente à Previdência) comprometido com a aquisição dos produtos básicos verifica-se a mesma situação. Em abril, o custo da cesta básica comprometia 47,57% do mínimo líquido, enquanto em março exigia 42,44% do valor recebido pelo trabalhador.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
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