domingo, 9 de maio de 2010

Poema Presente de mãe

Mãe padroeira da raças
Sombra que alivia as dores
Árvore das rmas esparsas
Cobrindo o mundo de flores
Forte amazona sem pausas
Advogada das causas
De tudo que aconteceu
Dama alfaiata e "maestra"
Escrava rainha e mestra
Do filho que Deus lhe deu.

Único amor puro do mundo
Eva que cura desmaio
Dona fiel do segundo
Domingo do mês de maio
Curvo-me ao seu grande dia
Data que o mundo irradia
Quando a sua aurora vem
Deus rasga toalha escura
Saudando a maior figura
Que a face da terra tem

Como uma flor que me encanta
Sua meiguice não finda
Quanto mais meiga mais santa
Quanto mais santa mais linda
Seus olhos me encorajam
Seus sentimentam me trajam
De riso e filosofia
O chão se rejuvenesce
A terra faz uma prece
E Deus enaltece seu dia

Deusa do nosso convívio
Arquivo do meu altar
Eu nunca lhe dei alívio
Nem direito de gozar
Ninfa do meu mar sem ondas
Lâmpada das noites redondas
Búsola que mostra o perigo
Véu que cobria meu berço
Eu morro e não pago um terço
Do que você fez comigo.

De noite você cantava
Triste como uma viúva
Sua voz se encantava
A voz sonora da chuva
Quando o trovão tenebroso
Rangia espalhafatoso
Você parava pra ouvir
Eu chorava e lhe chamava
E a minha insônia não dava
Direito a você dormir

Quando o sol rasgava a peça
Dos lençóis do firmamento
Você fazia depressa
O meu primeiro alimento
Quando parava o choveiro
Eu pulava num barreiro
Como quem vai se banhar
Tudo eu em casa quebrava
Mas você não reclamava
Pra não me fazer chorar

Os raios do sol subiam
Além cantava um tetéu
As sobras diminuiam
As nuvens beijavam o céu
Você olhava da porta
Sentido que a brisa morta
Passava enxugando o chão
Fazendo cócegas nas águas
Cantando e tirando as mágoas
Que a mãe tem no coração.

Eu de camisa sem manga
Calça curta pele fina
Olhava minha fianga
Estendida na faxina
Meu lençol branco molhado
Você com todo cuidado
Esquentava no fogão
Dizendo de olhar vazio
Eu posso dormir no frio
Mas o meu filhinho não

Meu pai rebanhava os burros
A tarde assombrava a terra
O mundo ouvia os sussurros
Das cachoeiras da serra
na véspera da noite parda
Você meu anjo da guarda
Cantava uma Ave Maria
A noite com seu perfume
Cobria o chão com ciúme
Da voz que você fazia

O crime que mais impede
De no homem acreditar
É ver uma mãe que pede
A quem se nega de dar
É triste pra natureza
D´uma tristeza infantil
Eu não resolvo o problema
Mas ofereço um poema
A todas mães do Brasil.

Autor:
Pedro Bandeira - O príncipe dos poetas populares do Brasil

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