domingo, 2 de maio de 2010

Igreja Preocupada:CNBB admite que casos são graves

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) admite que os casos de pedofilia são graves, mas afirma que a repercussão na imprensa é excessiva. A instituição informou que a única declaração sobre o assunto foi feita pelo presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, no dia 31 de março, mas só divulgada agora.

"Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que - como fez o Papa Bento XVI - devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem", disse dom Geraldo. "É de se lamentar que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e o Papa".

A CNBB não sabe precisar quantas denúncias contra padres passaram pelos tribunais eclesiásticos. As dioceses são independentes e podem se reportar diretamente à Santa Sé. Quando é denunciado, um padre pode responder a dois processos, o da Justiça comum e ao tribunal canônico. Segundo a Arquidiocese de São Paulo, dados de uma pesquisa feita nos Estados Unidos apontam que 0,2% dos crimes de pedofilia foram cometidos por sacerdotes e mais de 90% por parentes das vítimas de abusos.

"Relacionar a pedofilia ao celibato é uma coisa muito injusta. O que dizer dos pais casados que cometem esses crimes contra seus filhos e outras crianças? A pedofilia não é um pecado de padre. Está escondida sob o silêncio das famílias", diz o cônego Antônio Aparecido Pereira, da Arquidiocese, acrescentando que é compreensível que as famílias abandonem a Igreja.

Um dos casos mais recentes divulgados pela mídia revelou o indiciamento de três padres suspeitos de exploração sexual de adolescentes em Arapiraca, Estado de Alagoas. Um dos acusados, de 83 anos, já cumpre prisão preventiva há 10 dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário